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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Aos falsos amigos

Irritam-me os falsos amigos. Aqueles que sorriem connosco quando tudo está bem e  que, num passo de magia,  teimam em desaparecer quando as coisas dão para o torto. Irritam-me os complôs e os mexericos que se vão multiplicando de boca em boca. Irritam-me as pessoas que inventam histórias da carochinha sobre tudo e sobre todos. Irritam-me, especialmente, os maus-olhados, os quebrantos e todos esses vudus fulminantes. Há quem nos julgue à distância e nos transforme num herói, ou num vilão. É engraçado como temos a tendência suicida de julgar tudo na vida. Não deixamos acontecer porque tem de acontecer. Não deixamos ser porque tem de ser. Julgamo-nos a nós e aos outros, como se tudo na vida necessitasse de um julgamento. Julgamos e somos julgados. Mas, no final das contas, nunca somos tão maus como nos pintam, nem tão bons como imaginamos.  Ou vice-versa. Há muitas bocas a mendigar por um pingo de atenção. Há disparos homicidas em cada tertúlia das cinco da tarde. Há cinismos que nos corroem devagarinho como um ácido. Há os vampiros das amizades e toda uma cambada de seres fantásticos que vivem das desgraças alheias. Uma escória de camaleões que jogam com todas as cores. Não sei qual o motor que os move, nem por que razão são como são, mas acredito na infalibilidade da terceira lei de Newton: uma acção está sempre sujeita a uma reacção oposta de igual intensidade.


PedRodrigues

3 comentários:

  1. É isto!

    (acho que por hoje já chega, ou vou passar aqui a noite a deliciar-me e não faço mais nada)

    :)

    Pedro, obrigada!

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  2. Boa observação ;)

    My Precious Space
    http://mypreciouspace.blogspot.pt/

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