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sábado, 8 de novembro de 2014

Poema da cidade que um dia foi nossa

Agora as ruas vazias,
As sombras perdidas pela cidade
O teu rosto em cada canto
Onde partilhámos beijos e
Juras de amor
Às vezes uma gargalhada,
Ou um olhar indiscreto
Dizia que te amava
E não te mentia
 
Agora as memórias
Agora as histórias repetidas
Os restos das lágrimas choradas
Agora a calçada e o musgo nas paredes
As vidraças turvas, onde a luz custa a passar
Agora a dor do último beijo
Do último adeus
 
Queria que fosse um até já,
Mas não foi.
 
Agora nada a não ser
O vazio
Tudo remexido com a vontade de ti
Quilómetros quadrados que não fazem sentido
Sem te ter ao meu lado.
 
Depois de ti tudo mudou,
E, no entanto, tudo permanece imutável
Pequenas partes tuas em toda
A parte.
Não há um lugar que diga que é apenas meu.
 
Fui ontem ao sítio onde te vi pela última vez:
Não estavas lá.
Deixei-te uma flor
E vim embora.
 
Se sentires a minha falta
Procura-me pelas linhas da cidade
Onde as minhas memórias
Ainda namoram com as tuas.
 
 
PedRodrigues
 

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